Estava conversando a respeito disso com meu marido, hoje. Eu cresci ouvindo Tango, Música Clássica, Chorinho, composições de Noel Rosa e toda a Velha Guarda, e músicas que hoje o pessoal considera como Lounge, tipo Les Baxter entre outros. E domingo era dia de macarrão com frango assado em casa e maionese caseira. Todo domingo.
Essa foi a fase boa da minha infância, mais as viagens para o Paraguay, Argentina (que eu não lembro) e Foz do Iguaçú. Lembro dos cassinos e da porta que meu pai atravessava onde crianças não podiam entrar, que mistério. Só porque tinham roletas e jogos de cartas?
Viagens para Rio Claro em São Paulo, para visitar os parentes de minha mãe, ou seja, meus avós maternos e tios.
Mas como nem tudo são flores, tbém houve sofrimento. Depois do falecimento de minha mãe, muita coisa mudou. Esses parentes simplesmente nos abandonaram, meu pai precisava trabalhar muito e quem deveria cuidar de mim, empregada no caso, só me aterrorizava. Foram anos de terrorismo psicológico. Foi nessa época que descobri que era filha adotiva. Sim, num ataque de fúria da tal empregada, enquanto era levada algemada por dois policiais. Bom jeito de saber, não é?
Marcas? Sim, desde as coisas boas até as más.
Se superei as más? Acho que não, com certeza não, sobraram resquícios que me influenciam até hoje. No mal sentido. Mas algo que não existe é mágoa. Sei disso pois muitos anos depois reencontrei a pessoa (a empregada) e trocamos sorrisos e eu a abracei com alegria... talvez ela tbém fosse uma sofredora...
Incrível como uma lembrança leva a outra...
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